Produção discente

Teses de doutorado

  ENVELHECER EM TEMPOS DE JUVENTUDE: CORPO, IMAGEM E TEMPORALIDADE

Carlos Mendes Rosa
Orientadora:
Junia de Vilhena
Tese de Doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 119p. 2015.

RESUMO: Este trabalho é uma reunião de artigos científicos – publicados, aceitos ou submetidos a periódicos indexados – sobre as particularidades do envelhecimento em homens e mulheres no atual contexto de nossa sociedade. Os artigos analisam as diferentes nuances da subjetividade dos idosos, enfocando questões como o desencontro entre o inconsciente atemporal e o corpo envelhecido,bem como os estereótipos e os rótulos que o imaginário social cria acerca do envelhecimento. Destaque é dado ao silenciamento e ao distanciamento em relação à velhice, especialmente no que toca aos temas da decrepitude, da morte e do trabalho de elaboração psíquica necessário para enfrentar essa última fase da vida.


  A TRAMA DA BESTA: A CONSTRUÇÃO COTIDIANA DO GENOCIDIO DO NEGRO NO RIO DE JANEIRO.

Celso de Moraes Vergne
Orientadora:
Junia de Vilhena
Tese de Doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 100p. 2014.

RESUMO: A história brasileira remete a insistentes acontecimentos, fatos e propostas de nação que evidenciam a rejeição da população negra, apesar de sua incorporação como pessoa subalterna. Há a existência de teorias que poderiam entrar em conflito, mas que se harmonizam na vivência cultural brasileira: assim existem posições teóricas que apontam para a eliminação do negro pela mistura, que convivem com as propostas eugênicas de purificação racial, como concordavam personalidades públicas como Monteiro Lobato e Roquete Pinto. No caso do Rio de Janeiro temos ainda convivido com práticas de extermínio que permanecem ainda nos dias de hoje, em especial nos bairros pobres da capital, favelas e Baixada Fluminense. No entanto a prática do extermínio é apenas o limite extremo de uma rejeição social e de um consentimento na eliminação de negros e pobres. Ao consentimento da eliminação relaciono a prática de genocídio consentido e realimentado no cotidiano das relações dos habitantes da metrópole. A morte é o resultado final das rejeições vividas pela população negra, muitas vezes também reprodutora e consentidora destas eliminações. Este trabalho, a partir de uma análise de bricolagem da metrópole, a partir de cenas capturadas do cotidiano, busca apresentar os impasses do cotidiano, entre o desejo e o afeto, que nos constituem como sujeitos, que acabam por dar sustentação à prática de genocídio negro em um clima de suposta harmonia racial.


  POR QUE ESSAS MULHERES TÊM TANTOS FILHOS? UM ESTUDO SOBRE MULHER, MATERNIDADE E POBREZA.

Gabriela Salomão Alves Pinho

Orientadora: Junia de Vilhena
Tese de Doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 220p. 2010.

RESUMO: Considerando que os contextos social e cultural definem diferentes hábitos e costumes, a proposta desse trabalho é dar visibilidade às mulheres a partir das categorias pelas quais são socialmente construídas as identidades femininas e as vivências de maternidade das moradoras das favelas de Pedra de Guaratiba. Objetiva-se uma reflexão sobre o lugar da maternidade no processo de subjetivação dessas mulheres, tentando uma abordagem menos homogênea da questão e procurando observar como se insere nos projetos de vida.


 TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA EM MIM: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA OBESIDADE MÓRBIDA.

Lívia Rocha.

Orientadora: Junia de Vilhena
Tese de Doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 220 p 2010.

RESUMO: Este trabalho resulta de um estudo onde se objetivou investigar o que é a obesidade mórbida para além do seu visível acúmulo de gordura. Por um lado, inserida em uma cultura com características muito específicas, como beleza, corpo trabalhado, agilidade, hedonismo e autonomia, nossa hipótese foi de que a obesidade mórbida é paradigmática nessa sociedade, pois é seu adoecimento por excelência na medida em que se relaciona diretamente com tais características. Paralelamente, a partir do referencial da psicanálise, buscamos entender o laço mortífero entre o grande obeso e a comida, com a hipótese de que o obeso mórbido é um sujeito que não sabe lidar com a falta radical que lhe constitui: comer é preencher essa falta. Para tanto, desenhamos um estudo que desse conta da complexidade de seu objeto sem perder a riqueza da subjetividade envolvida, uma abordagem que se aprofundasse nos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações e estatísticas. Contamos também com a experiência tida em um hospital público, na qual coletamos as falas que serviram de guia desde o início do estudo, provocando a teoria em seu alcance explicativo e sendo utilizadas como vinhetas clínicas ao longo do trabalho. O modo como temos lidado com a obesidade mórbida requer uma análise acurada, caso contrário teremos uma forma de controle do homem e seu corpo e uma subjetividade que, uma vez amordaçada, se torna ainda mais obscura e difícil de manejar.


 OFICINA PALAVREAR: DOS RASTROS DA PALAVRA À EMERGÊNCIA DO SUJEITO.

Rochelle Gabbay

Orientadora : Junia de Vilhena
Tese de Doutorado – Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 191p.(2008)

Resumo: Esse trabalho parte de uma questão: existe sujeito na loucura? Em realidade, não é uma questão propriamente nova uma vez que atravessou boa parte da história da loucura. De fato, os termos sujeito e loucura têm uma história comum cujo recorte inicial fui buscar no século das Luzes, herdeiro do sujeito cartesiano definido pela razão e pela consciência. No século do Iluminismo, a loucura perde sua marca trágica e passa a ser definida como desrazão. Constituída a loucura como objeto do saber médico, o louco deixa de fazer parte da vida da pólis para ser internado no manicômio. A psiquiatria se identificou inteiramente com o ideário do confinamento e a loucura era percebida como pura negatividade. O manicômio erige-se como instituição-símbolo desse cenário regido pela lógica da segregação e de limitados recursos terapêuticos. A reforma psiquiátrica surge na esteira dos movimentos de contestação asilar com o propósito de questionar o aparato psiquiátrico e resgatar a cidadania do louco, criando novos espaços de inserção social. A contribuição da psicanálise segue sendo fundamental ao reconhecer a positividade subjetiva na experiência da loucura. A oficina Palavrear, dispositivo clínico apresentado nesse trabalho, confirma a aposta inicial de que cada um é portador de uma verdade e sujeito de sua própria experiência. A prática do inconsciente na oficina implicou em afirmar a existência de um lugar de analista a partir do qual o trabalho é conduzido. Para sustentar esse lugar, o conceito de transferência constituiu a mola propulsora e a palavra o fio condutor. Contudo algo mais fundamental se constitui como condição para essa sustentação: o desejo do analista. As atas da oficina, escritas pelos próprios pacientes, com suas seqüências narrativas, recortes de histórias, descontinuidades, incoerências e rabiscos, passos e tropeços enfim, revelaram uma trama discursiva complexa na qual emerge sempre um sujeito. A oficina Palavrear é uma tentativa de devolver a palavra ao louco, personagem a quem frequentemente é negado o estatuto e a dignidade de sujeito.


 DO RIO DAS VITRINES A GALERIA DOS DESCONHECIDOS: UM ESTUDO EM PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA NA LOCALIDADE DE MUZEMA

Lurdes Peres Oberg.

Orientadora: Junia de Vilhena.
Tese de Doutorado (em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 198 f . (2007)

Resumo: A presente tese tem o propósito de revelar alguns desdobramentos da atuação, em Psicologia Comunitária, de uma equipe de estagiários do Serviço de Psicologia Aplicada, sob a supervisão da autora. Este trabalho está sendo desenvolvido, desde janeiro de 2002, no Posto de Saúde IADAS (Instituto dos Amigos da Saúde), uma ONG da própria comunidade de Muzema. Atualmente, a Psicologia Social Comunitária contribui para a análise das relações entre o mundo subjetivo e o objetivo, sendo, também, um espaço de alargamento dos domínios tradicionais da Psicologia. Através desta perspectiva pudemos realizar um trabalho clínico, tomando como norteador de nossa prática o conceito de Clínica Ampliada. A inserção do psicólogo nas comunidades de baixa renda promove o diálogo entre sujeitos de contextos diferentes, possibilitando a reconstrução cultural, a ética da solidariedade e a construção de projetos coletivos, num cenário de individualismo urbano crescente. Seguindo a metodologia da pesquisa participante e apresentando um referencial teórico sócio-histórico, foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com mulheres da comunidade. As falas das entrevistadas foram entendidas à luz das teorias utilizadas e articuladas à realidade cultural observada. Uma reflexão sobre a comunidade na cultura contemporânea, o individualismo, a ausência do Estado e a realidade dos excluídos serviram como temas nesta articulação teórico-prática. Os resultados mostraram que os discursos das mulheres indicaram pistas de problemas compartilhados, mas que, na contemporaneidade, são vistos como algo centrado no plano individual. A valorização das falas em sua singularidade, além de não generalizar um percurso de sujeitos excluídos, impede a desqualificação da potência de sujeitos moradores das comunidades e a homogeneização das subjetividades que observamos hoje. Finalmente, defende-se a tese de que a comunidade é analisada como um microcosmo de um contexto mais amplo de análise, possibilitando, assim, a construção de políticas públicas e sociais a partir dos principais temas investigados neste estudo.


 O MURO E A ABERTURA RECURSO ELETRÔNICO: SOBRE AS ORIGENS E O PRESENTE DO NÓMOS DO ESPAÇO URBANO

Luiz Felipe da Cunha e Silva
Orientadora: Junia de Vilhena
Tese de Doutorado - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 289 fls. (2007
)

Resumo: Trata-se de uma discussão sobre as estruturas jurídicas, psico- políticas e sócio-técnicas que compõem o nómos urbano. Discussão esta realizada a partir de uma investigação sobre as origens das estruturas muradas e dos sistemas de aberturas que compõe a cidade como uma máquina topo-ideológica, configurando o seu plano segundo três modos: topologicamente, dispondo os lugares e as pessoas segundo o seu valor no contexto sócio-político e econômico; simbolicamente, como retórica ao serviço do empoderamento do poder; tecnicamente, manejando os movimentos urbanos no tempo e no espaço.


 NO VENTRE DA CADEIA.UM ESTUDO SOBRE OS PROJETOS FUTUROS DE MULHERES ENCARCERADAS

Neilza Barreto
Orientadora: Junia de Vilhena
Tese de Doutorado (em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 194 fls. (2006)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar a existência ou não de projetos futuros em mulheres encarceradas. Partindo do pressuposto de que as instituições totais têm como característica principal a dessubjetivação do sujeito, buscou-se analisar a fala de 154 presas em suas singularidades. A maternidade e a família apresentaram-se como o fio condutor na fala da grande maioria das entrevistadas. Religião, beleza, e trabalho foram também categorias que, muitas vezes,surgiram como linhas de fuga, face ao duro cotidiano prisional.


 "DO AMOR EM TEMPOS DE CÓLERA": AGRESSIVIDADE, SUBJETIVIDADE E CULTURA

Beatriz de Souza Lima.
Orientadora: Junia de Vilhena (2005)
Tese de Doutorado (em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 287 fls. 2007.

Resumo: A presente tese tem como tema uma investigação sobre a participação da agressividade e da cultura nos processos de subjetivação e do tornar-se pessoa. A partir da teoria de D. W. Winnicott e do trabalho realizado pela ONG – Casa da Árvore, elaborou-se uma reflexão sobre as manifestações agressivas e destrutivas, no âmbito de um dispositivo terapêutico que promove o atendimento coletivo de crianças de 6 a 12 anos, na comunidade do Morro do Chapéu Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro.


 “NA PRAIA DO MAR DOS MUNDOS SEM FIM... MÃES E CRIANÇAS BRINCAM": CRIANDO UM ESPAÇO TERAPÊUTICO PARA MÃES E BEBÊS

Aline De Leo
Orientadora: Junia de Vilhena
Tese doutorado (em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Psicologia. 206 f.(2005)


Resumo: Esta tese apresenta um novo espaço terapêutico grupal: o "Espaço de acolhimento mãe-bebê". Sua dinâmica busca integrar a escuta psicanalítica a uma prática corporal - a massagem shantala para bebês,objetivando consolidar o vínculo materno-infantil e facilitar os processos de integração somato-psíquico inerentes à constituição da subjetividade. Trata-se, sobretudo, de ressaltar a importância do trabalho psicanalítico no campo da provisão ambiental. A pesquisa de campo foi desenvolvida no Posto de Saúde da comunidade Chapéu Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro, onde mães e seus bebês foram introduzidas à técnica da shantala, e o trabalho integrado à rede de cuidados oferecidos pelo Posto.


 O BELO E A MORTE : UMA ABORDAGEM PSICANALÍTICA SOBRE A ESTÉTICA E O SUJEITO FEMININO.

Sergio Aguiar Medeiros.
Orientadora: Junia de Vilhena
Tese de Doutorado (em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Psicologia. 238 p.(2005)

Resumo: Construindo a hipótese de que a estética é uma estratégia para mitigar a angústia e consubstanciar o desejo, o autor busca estabelecer seu estatuto para o aparelho psíquico. No campo do sujeito, a estética participaria do narcisismo primário, momento em que a constituição do Eu é testemunhada por uma imagem que dá materialidade ao sujeito e à presença da alteridade. Desenhar um perímetro para o vazio e poder vê-lo é atribuir sentido à existência e conter a angústia da morte. A estética também serviria à causa do desejo. Das cenas do sonho manifesto à imagem do objeto erótico, o desejo não pode dispensar a forma que constituirá o conteúdo de sua ilusão. Caberia a estética apresentar os contornos do recalcado e resgatar a criatividade da polimórfica perversão infantil. Através das obras-de-arte, o autor apresenta a estética como uma relação entre os sujeitos, intermediada pela angústia e pelo desejo. Investigando o sentido da busca pela estética designada como bela, analisa-se o papel desta na atualidade. Tendo como foco a subjetividade feminina contemporânea, o autor destaca sua dupla relação com a imagem. Se há, de um lado, um discurso estético enunciado pela mídia constituindo um corpo destinado ao consumo haveria, por outro, um mandamento estético proferido pelo superego feminino impondo o olhar do Outro como compensação ou negação da castração. O autor conclui sua abordagem do que designou como ‘Doenças da Beleza’ identificando dois grupos distintos um formado por sujeitos que buscam a morte do corpo como estratégia de sobrevivência do Eu. E outro, constituído pelos aderentes à mensagem estética contemporânea e adictos à visibilidade.


 UMA CASA COM PAREDES DE CRISTAL. A CLÍNICA PSICANALÍTICA NO AMBULATÓRIO HOSPITALAR.

Nadja Nara Barbosa Pinheiro.
Orientadora: Junia de Vilhena
Tese de Doutorado (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2003.


Resumo: O objetivo principal de nosso estudo foi o de promover uma reflexão sobre os atendimentos psicanalíticos desenvolvidos nos ambulatórios hospitalares. Partimos do princípio que a dinâmica hospitalar (re)produz a interpenetração público/privado característica da atualidade. Assim, pensar as relações entre o público, o privado e a psicanálise perpassa a construção da tese como um todo. Analisou-se as relações entre o público e o privado na antiguidade grega, no transcorrer do século XIX e na atualidade. Dessa análise, promoveu-se uma correspondência entre os modos de relação estabelecidos entre público e privado no século XIX e a clínica particular, assim como público/privado na atualidade e a clínica ambulatorial. Para especificar os elementos organizadores da clínica ambulatorial, cinco psicanalistas foram entrevistados. A análise das entrevistas nos permitiu destacar, como características principais do campo clínico ambulatorial, a visibilidade extrema, a transitoriedade e o campo transferencial complexo estruturado a partir de elementos subjetivos e ambientais. A perspectiva da clínica winnicottiana foi tomada como alternativa possível na condução desses processos analíticos, na medida em que esta nos permite propor um trabalho transformador no qual o paciente encontra possibilidades de agir, de uma forma criativa, tanto sobre a realidade subjetiva quanto sobre o mundo que o cerca.


 TEXTURA ÁSPERA: CONFINAMENTO, SOCIABILIDADE E VIOLÊNCIA EM FAVELAS CARIOCAS

Maria Helena Rodrigues Nava Zamora
Orientadora: Junia de Vilhena. (1999)
Tese
de Doutorado (em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Psicologia, Rio de Janeiro, 219 fls. 2005.


Resumo: Este trabalho busca as origens históricas da privatização e intimização da vida e da cidade contemporâneas, tomando como referências centrais a historiografia de Walter Benjamin e as contribuições de Felix Guattari sobre produção de subjetividade, para examinar como esse fenômeno se atualiza nas favelas do Rio de Janeiro, objeto de nosso trabalho de campo. Tomando em conta este nexo histórico-social, examinamos a construção e divisão da cidade que reforçou na sua distribuição espacial a exclusão da população pobre e negra, na formação das favelas do Rio de Janeiro. Analisando as entrevistas coletadas em cinco favelas, com uma metodologia que considera aspectos subjetivos e sociais, que não são vistos dissociadamente, procuramos enfatizar a sociabilidade, que entendemos como as relações sociais entre os habitantes desses lugares e suas relações como a cidade ou o “asfalto”. Não só buscamos localizar espaços público e privado nas favelas, com marcadas diferenças em relação à subjetividade de origem burguesa, como também estudamos as relações sociais que regem e mediam esses domínios. Esclarecemos outros aspectos subjacentes a certo retraimento da vida social das favelas, chamando a este fenômeno de confinamento e mostrando sua estreita relação com a violência cotidiana, perpetrada principalmente pelo narcotráfico e pela ação da polícia. Mostramos que tal fenômeno é diverso da privatização cuja origem histórica rastreamos e apontamos para algumas conseqüências da vida sob tais condições, como o enfraquecimento da sociabilidade e solidariedade nas favelas.