Produção discente

Dissertações

Carlos Mendes Rosa
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2012

 AQUI EU POSSO ATÉ SER EU MESMO: SOBRE A PSICOTERAPIA DE GRUPO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS).

Este trabalho analisa as diferentes formas de inserção do saber psicanalítico no contexto institucional, notadamente nos CAPS da Rede de Serviços Substitutivos em Saúde Mental. Procura resgatar a forma de constituição destes dispositivos e equipamentos que tentam levar adiante a proposta da Reforma Psiquiátrica brasileira. Estabelece alguns pontos fundamentais da dinâmica clínica e social no cuidado e na assistência em saúde mental, com vistas a melhor demarcar os desafios da clínica ampliada neste contexto. Serve-se das experiências clínicas empreendidas por profissionais em todo o Brasil para pensar um modelo de psicoterapia de grupo que possa fazer frente às necessidades que a instituição apresenta, e às demandas dos chamados usuários do sistema público de saúde. Retoma o desenvolvimento das técnicas grupais em psicanálise e defende a grupo terapia como dispositivo clínico e técnico, que pode apresentar bons resultados, tanto no plano da reabilitação social dos pacientes, quanto no âmbito da clínica da subjetividade.

Elza Ibrahim
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2012

 MANICÔMIO JUDICIÁRIO: O TESTEMUNHO DE UM OLHAR VIVIDO.

Esta dissertação tem como objetivo problematizar o lugar em que o 'louco-criminoso' foi inserido ao longo de todos esses séculos dentro da história da Psiquiatria. Preocupamo-nos em mostrar quem é este sujeito e o local onde ele vive encarcerado: o manicômio judiciário. Tentamos trazer à discussão os dispositivos utilizados, tanto pela Psiquiatria quanto pelo Direito, para classificar e normatizar este sujeito considerado inimputável. Para tanto, guiamo-nos pelas ideias de Michel Foucault, especialmente àquelas que dizem respeito às 'relações de saber/poder' e aos 'jogos de verdade' que permeiam o campo do instituído. Enfatizamos a necessidade de uma atitude crítica por parte do profissional que opera no campo da saúde, assim como alertamos para a importância de se criar ações de resistência frente àquilo que é imposto e considerado como naturalizado pela instituição mesma. Por fim, nos voltamos ao 'louco-criminoso' internado no Manicômio Judiciário para tão somente ouvir as suas histórias.

Flávia Maria Cavallo Pfeil
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2012

 OUVINDO VOZES E PRODUZINDO RUPTURAS: NOTAS SOBRE PSICOLOGIA, JUSTIÇA E INFRAÇÃO JUVENIL.

Este trabalho tem o objetivo de analisar sócio-historicamente como vêm sendo produzidas certas identidades cristalizadas para os jovens encaminhados ao sistema socioeducativo brasileiro e seus efeitos mortíferos. Dando ênfase ao saber-poder psicologia, buscamos traçar algumas linhas de força que compõe essas construções. Colocamos em questão como os discursos e as práticas dos chamados "especialistas" do campo psi contribuem para a produção de certos modos de perceber os segmentos mais pobres da população brasileira, construindo uma indissolúvel ligação entre criminalidade, violência, periculosidade e pobreza.

Marina Brazão
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2011

 LIGEIRAMENTE GRÁVIDAS. SOBRE A GESTAÇÃO EM TEMPOS DE CULTO AO CORPO

O trabalho propõe-se a investigar a gestação em tempos de culto ao corpo. Diariamente temos acesso a imagens de celebridades com seus bebês recém-nascidos e orgulhosas de suas formas praticamente intactas. Parece que nos dias atuais nem mesmo a gravidez justificaria um corpo fora dos padrões. Seria esse um ideal da contemporaneidade? Estariam as mulheres de hoje, no que se refere aos aspectos de seus corpos, desejando estar apenas "ligeiramente grávidas"? Quais os impactos subjetivos desse ideal? Dez mulheres pertencentes às classes média e alta foram entrevistadas a fim de se apreender o máximo possível de suas experiências com seus corpos em meio à nova maternidade.

Maria Alice Fortes de Albuquerque Maranhão
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2009

 CLÍNICA NAS TRINCHEIRAS: SOBRE O ATENDIMENTO CLÍNICO A CRIANÇAS EM UMA FAVELA DO RIO DE JANEIRO

Esta dissertação visa apresentar um projeto de psicologia clínica realizado numa escola municipal, localizada em uma favela da cidade do Rio de Janeiro. Inicialmente, é feita uma reflexão sobre a representação da favela no imaginário social, quais os agenciamentos que o território favela produz na subjetividade de seus moradores e quais as influências que este contexto pode trazer para a constituição de um ambiente suficientemente bom para o desenvolvimento de uma criança. O desenvolvimento infantil é descrito sob uma ótica winnicottiana, que relaciona a maneira da criança interagir com o mundo em razão de como o mundo interagiu com ela, em fases primitivas de seu desenvolvimento. Aspectos da sociedade contemporânea, como o consumo, o medo, a violência e o enfraquecimento das figuras de autoridade são relacionados com o aumento da violência, como forma de expressão da infância e da juventude. Isto é, um sujeito se constitui no seio de uma família, que está ancorada em uma cultura, localizada em um território, que agencia sua subjetividade e seus padrões de comportamento. Por fim, é apresentada uma análise do psicólogo, profissional que através do usufruto de suas próprias ferramentas, terapia, suporte, técnica e criatividade, pode atuar dentro de sua especificidade sem ter que abrir mão de sua postura ética e política


 LIGEIRAMENTE GRÁVIDAS. SOBRE A GESTAÇÃO EM TEMPOS DE CULTO AO CORPO.
Marina Brazão
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2011
O presente trabalho propõe-se a investigar a gestação em tempos de culto ao corpo. Diariamente temos acesso a imagens de celebridades com seus bebês recém-nascidos e orgulhosas de suas formas praticamente intactas. Parece que nos dias atuais nem mesmo a gravidez justificaria um corpo fora dos padrões. Seria esse um ideal da contemporaneidade? Estariam as mulheres de hoje, no que se refere aos aspectos de seus corpos, desejando estar apenas “ligeiramente grávidas”? Quais os impactos subjetivos desse ideal? Dez mulheres pertencentes às classes média e alta foram entrevistadas a fim de se apreender o máximo possível de suas experiências com seus corpos em meio à nova maternidade.


  NA COMPANHIA DA MORTE. SOBRE O ATENDIMENTO A PACIENTES RENAIS CRÔNICOS.
Paula Werneck de Freitas
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2011
A doença renal crônica representa a entrada definitiva no universo da doença e coloca o indivíduo diante de sua inerente condição de finitude. O trabalho com esse grupo de pacientes é permeado por perdas e questões sobre morte, sofrimento e medo. Lidar com a possibilidade de morte e de perdas traz sentimentos singulares para cada sujeito, e este se vê diante do vazio e mergulhado no desamparo. A exigência é de acolhimento, segurança e proteção contra o sentimento de ameaça e direcionada, principalmente, aos profissionais de saúde responsáveis pelo tratamento renal. As características dos pacientes, suas novas construções psíquicas pós-diagnóstico, as dificuldades dos profissionais que lidam com a doença renal crônica e a interação entre ambos são discutidos baseados na revisão bibliográfica e na experiência da autora em uma clínica destinada a esse grupo de pacientes. Objetivou-se ressaltar a importância da relação médico-paciente que privilegie um ambiente de acolhimento, comunicação, incentivo à autonomia e respeito aos diferentes discursos, para garantia de qualidade do tratamento e para uma melhor adaptação e uma nova perspectiva de vida antes da morte.


 AMORES POSSÍVEIS. UM ESTUDO SOBRE A CONJUGALIDADE NA ROCINHA, RIO DE JANEIRO.

Vanessa Maria de Sousa Maia
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação Psicologia (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2008

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a maneira como se configuram as relações amorosas em uma comunidade da zona sul da cidade do Rio de Janeiro, a Rocinha. Partindo de uma análise do amor romântico e da contextualização da pobreza, buscamos investigar quais os arranjos conjugais possíveis e desejados, dadas as especificidades das condições de vida nessa camada social. Mostramos que a íntima relação entre amor e casamento, tal qual conhecemos hoje, é relativamente recente, e responsável por trazer grande carga de expectativas para os relacionamentos. Análises históricas sobre a família e o casamento nas camadas pobres da população evidenciam uma dinâmica de resistência aos padrões institucionalizados, o que contribuía para sua marginalização. Ainda hoje, são poucos os estudos que abordam este segmento. Dentre eles, alguns atestam que a família pobre estaria mais sujeita a rupturas durante o seu ciclo de desenvolvimento do que a família de classe média ou alta. Assim, a presença, nesta população, de uma representação familiar calcada em ideais românticos apontaria para a existência de conflitos. No entanto, através de uma pesquisa de caráter qualitativo e exploratório, com base em entrevistas semi-estruturadas, percebemos entre os moradores da Rocinha uma enorme capacidade de adequação e adaptação dos valores absorvidos da cultura dominante à sua realidade. A conjugalidade na favela consegue articular valores tradicionais e modernos de maneira conveniente, equilibrando as fortes influências impingidas pelas classes dominantes e pelos veículos de comunicação com as suas reais condições e necessidades. Esses casais produzem, portanto, um modo próprio de conceber as suas relações amorosas.


 O SER E O HABITAR EM UM LUGAR QUE NÃO EXISTE NO MAPA RECURSO ELETRÔNICO : A INVISIBILIDADE FOTOGRAFADA.


Isadora Severo Garcia
Orientador: Junia de Vilhena
Dissertação de Mestrado - Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 141p. (2006)


Resumo: Esta dissertação estuda e analisa a invisibilidade pública vivenciada por moradores de uma comunidade urbana denominada Água Mineral, localizada no município de São Gonçalo. Realizou-se uma intervenção utilizando a fotografia como recurso para conhecer o modo como os moradores percebem e vêem o lugar onde vivem. Considerando o lugar como produtor de identidade, esta dissertação questiona como o sujeito se constitui a partir do habitar em um lugar invisível, ou seja, que não existe no mapa da cidade. A partir dos ensinamentos da psicanálise, sociologia e antropologia, a presente dissertação destaca a invisibilidade como uma experiência subjetiva que deixa marcas no sujeito, cujos efeitos são sentidos e vivenciados no seu cotidiano, tais como: sentir-se estrangeiro no próprio lugar, vergonha, indiferença, humilhação e vazio subjetivo. O ato de fotografar é analisado como uma experiência capaz de instaurar a possibilidade de enunciação do sujeito que habita um lugar invisível e busca constituir um espaço possível de existência.


 O CORPO MARCADO: SOBRE A DOR DE MANTER COESAS AS FRONTEIRAS CORPORAIS.

Renata Cecchetti
Orientadora: Junia de Vilhena
Dissertação Psicologia (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2005

Resumo:O presente trabalho procurou investigar, à luz da teoria psicanalítica, algumaspráticas consideradas radicais de marcação do corpo, tais como tatuagens, piercings,implantes subcutâneos, escarificações, pocketing, pulling e suspensão. Para tanto,procedeu-se inicialmente a uma exposição do contexto em que tais práticas são abordadas, a cultura de consumo contemporânea, na qual o corpo assume lugar de destaque. Além disto, realizou-se um roteiro histórico das práticas de marcação do corpo e seus usos. Incidindo na superfície do corpo, tais práticas fornecem a este um novo contorno. A delimitação das bordas corporais nos remete à temática da constituição subjetiva, na qual as experiências pele-à-pele delineiam a fronteira entre interno e externo, eu e outro. Na relação com um outro, o corpo é ainda inserido no registro pulsional, configurando-se como um corpo erógeno, marcado por experiências de prazer e desprazer. Se o prazer pode ser encontrado no desprazer e na dor, estabelece-se, então, o masoquismo erógeno, base de todo tipo de masoquismo. Por fim, utilizando-se o masoquismo como instrumento para pensar as marcações do corpo que têm na dor a condição indispensável para sua realização, efetuou-se uma apresentação a seu respeito. A dor, além de ser, no masoquismo, o meio de obter prazer, fornece ao sujeito a percepção dos contornos de seu corpo. Assim, através de práticas dolorosas, o sujeito se encontra em um esforço por delimitar e manter coesas suas fronteiras corporais.


 A HISTÓRIA DOS ROSTOS ESQUECIDOS: A VIOLÊNCIA NO OLHAR SOBRE OS MORADORES DE FAVELAS CARIOCAS

Celso de Moraes Vergne
Orientadora: Junia de Vilhena
Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 109fls. 2002


Resumo: Há um modo predominante de olhar para a favela que é hegemonicamente construído, mesmo dentro da academia: ela é violenta e violentos são seus moradores. A favela aparece como um lugar, nas grandes metrópoles brasileiras, onde a estranheza na relação com o outro surge de modo insistente. O morador da favela é tido como perigoso mesmo nos discursos que falam sobre o respeito à diferença e reconhecimento da singularidade . Por que isso ocorre e quais os efeitos gerados? A exclusão não acontece apenas em uma “sociedade” abstrata e diferente de nós. Nossas atitudes e práticas constroem esta sociedade, seja dentro da sala de aula de uma universidade seja em nossa sala de jantar. Não sendo possível ignorar a favela, aprendemos a temê-la e a rejeitar seus moradores, vistos como massa uniforme de um monstro subterrâneo, prestes a destruir nosso mundo “ordenado” e “coerente”. Buscamos construir, assim, uma realidade de uma única faceta, sem diferenças, nuances, ou contrastes. Ao morador de favelas não é permitida uma voz que seja diferente daquela que desejamos escutar. É bastante comum que sua diferença seja patologizada ou criminalizada. O objetivo desta dissertação é discutir o processo que tem tornado moradores de favelas personagens esquecidos na vida urbana, e as conseqüências ao nível da vida cotidiana dos seus moradores, através de entrevistas e visitas feitas ao longo de dois anos no Morro de São Carlos, bairro do Estácio – RJ. Escutar aqueles, cujas vozes são, freqüentemente, abafadas e entender alguns dos efeitos deste olhar é nosso propósito maior. As práticas de violência e de purificação da paisagem da cidade têm produzido um combate às formas de subjetivação de seus moradores, na imposição de um modelo de subjetividade talhada pelo individualismo e sociabilidade burguesa. Tal modelo, ao ser imposto, resulta em maior sofrimento e violência sobre as populações pobres, uma vez que a identidade construída apoia-se em ideais que a médio e longo prazo, redundam na sua própria extinção.



 CLÍNICA PSICANALÍTICA EM COMUNIDADES: UM CAMPO COMPLEXO DE ATUAÇÃO DIFERENCIADA.

Aline de Leo M. dos Santos
Orientadora: Junia de Vilhena
Dissertação Psicologia (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2000.

Resumo: As políticas públicas de saúde desenvolvidas em nosso país nem sempre conseguem suprir adequadamente as necessidades básicas da população. Observa-se tanto uma carência de serviços, quanto uma incongruência entre as demandas requeridas e os projetos oferecidos. Em relação ao setor privado, este oferece uma cobertura da mais alta tecnologia, mas a um custo totalmente incompatível com a realidade econômica de uma grande maioria de pessoas. Neste panorama, os movimentos comunitários tornam-se provedores de importantes ações sociais. Este trabalho relata uma experiência psicanalítica vivida em um Posto de Saúde comunitário, situado na favela da Rocinha, Rio de Janeiro.Reflito sobre a experiência clínica lá vivenciada, levantando proposições que norteiam o trabalho do psicanalista em comunidades como esta. Proponho questões e sugiro estratégias de atuações diferenciadas, sem a intenção de criar um modelo conclusivo ou que determine um padrão de atendimento. Procuro estabelecer um diálogo entre o campo intersubjetivo da psicanálise, os princípios do pensamento complexo e os aspectos que caracterizam o contexto sócio-cultural da comunidade. A partir destas interfaces proponho uma redefinição do cenário analítico, transformando-o em um campo clínico intersubjetivo complexo.


 ONDE O PERTO Á TAMBÉM LONGE.FAMÍLIA E IDENTIDADE NUMA COMUNIDADE POPULAR DA ZONA SUL CARIOCA.

Isabela Pecego
Orientadora: Junia de Vilhena
Dissertação Psicologia (Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 1999.

Resumo: Este trabalho estuda as representações de família na Cruzada São Sebastião, na cidade do Rio de Janeiro, um conjunto habitacional popular que contrasta com a prôspera vizinhaça onde está localizado. A partir deste universo, busquei investigar as formas pelas quais pobres urbanos se pensam em família, levando em consideração a influência de valores dominantes que os acomete no dia-a-dia, valores esses reafirmados através de artificios do poder e do conflituoso contato com a rica vizinhança. Interessa aqui, sobretudo, examinar a apropriação e a transformação dos ditos valores através do potencial criativo desses grupos. A perspectiva histórica sobre as famílias pobres no Brasil auxilia para a compreensão mais ampla do cenário social. Do passado escravista aos meios atuais de dominação ideologica, o dominio tem se dado através de estratégias arraigadas e disseminadas em todas as esferas da sociedade. A história da Cruzada São Sebastião confirma esta dinâmica. O lugar dúbio que a Cruzada ocupa, entre a favela e o asfalto, entre o perto e o longe, fruto da confusão e da ambivalência de sentidos originadas nas desigualdades que embasam nossa complexa organização social, acaba por afetar a constituição da identidade de seus habitantes e, por consequência, a transição dos ideais familiares para o dificil cotidiano. No entanto, a experiência de trafegar por terrenos limítrofes e marginais dota os moradores da Cruzada São Sebastião de uma sabedoria que lhes é específica, e é através dela que negociam sonhos e ideais com a dura realidade.



 SABER VIVER RECURSO ELETRÔNICO: TÁTICAS DE SOBREVIVÊNCIA DO NORDESTINO NO RIO DE JANEIRO


Maria Helena Rodrigues Navas Zamora
Orientadora:
Junia de Vilhena
Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1992

Resumo: Esta dissertação propõe-se a investigar alguns aspectos da construção da identidade do nordestino que vem trabalhar no Rio de Janeiro. A experiência de migrar, o emprego na construção civil e sua inserção em uma cultura diversa e não raro adversa, são aqui analisados. Para defenderem-se, os nordestinos desenvolverem o que a autora chamou de táticas de sobrevivência: comportamentos por eles considerados adequados e necessários para lidar com a violência urbana e para preservar uma identidade honrosa.



 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ATENDIMENTO A POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA: UM PENSAR PSICANALÍTICO

Geraldine Nobrega Troian
Orientadora: junia de Vilhena
Tese (Mestrado em Psicologia) - Pontificia Universidade Catolica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 116 fls 1992

Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma investigação do atendimento psicoterápico à populações de baixa renda, a partir de um referencial psicanalítico. Tem com objetivo demonstra a possibilidade e a importância deste tratamento, discutindo algumas das dificuldades e propondo medidas que possam atuar como facilitadoras deste. A função das entrevistas preliminares e da transferência é valorizada neste contexto. A evasão dos pacientes é discutida e marca-se a diferença existente entre desistência e interrupção neste tipo de atendimento.