Linhas de
Pesquisa O Projeto
de pesquisa Violência cultura e modos de subjetivação contempla diferentes
eixos temáticos que são divididos em linhas de pesquisa, Tais linhas, podem
contemplar tanto investigações independentes (teórica e metodologicamente)
como dialogarem com as demais dependendo do objeto da investigação..
Lócus de nossa construção identitária, o corpo fala e é falado de muitas maneiras.
Tendo como eixo teórico a psicanálise em sua interseção com diferentes campos
do saber (antropologia, história e psicologia social) a pesquisa tem como
objetivo investigar os múltiplos discursos acerca do corpo na sociedade
contemporânea e seus efeitos na produção da subjetividade. Diferentes campos
e eixos de investigação são desenvolvidos, dentre os quais se destacam: corpo
e regulação social; culto ao corpo e subjetividade feminina; corpo, imagem e
envelhecimento; corpo, imagem e transtornos alimentares; distúrbios da
oralidade;
Discute-se a importância do território como agenciador de subjetividades. As consequências da privatização do espaço público, por uma doutrina de segurança, que instala grades, cercas e outras barreiras indicam uma colonização de nosso imaginário. A restrição da circulação pela cidade, a desconfiança mútua entre os territórios da favela e do asfalto são analisadas como fatores de influência nas formações subjetivas. Uma especial ênfase é dada aos aspectos territoriais enquanto extremamente relevantes na produção de novas patologias A partir dessas reflexões, busca-se mostrar como essa apartação espacial está produzindo, coletivamente, uma nova sintomatologia psicopatológica - a agorafobia... A violência (do narcotráfico e da polícia) são analisados à luz de suas repercussões na vida associativa do sujeito. A análise da sociabilidade e do papel das igrejas em comunidades carentes são investigadas tomando como referência a possibilidade do laço social em situações tão adversas.
Tomando o culto ao corpo e a beleza como paradigmas da contemporaneidade, discute-se os mecanismos de regulação social e as implicações psicológicas da histórica associação entre mulher e beleza. A pesquisa tem como objetivo investigar os determinantes psíquicos desta ditadura estética no agenciamento das subjetividades femininas. A imagem de mulher se justapõe com a de beleza e, como segundo corolário, à de saúde e juventude -, na mídia as imagens refletem corpos super trabalhados, sexuados, respondendo sempre ao desejo do outro ou corpos medicalizados, lutando contra o cansaço, contra o envelhecimento, contra a finitude. Implícita está a dinâmica perfeição/imperfeição, buscando atender aos mais antigos desejos do ser humano. As distintas formas do uso do corpo são investigadas em diferentes camadas sociais . Os discursos sobre o corpo sob a ótica da medicina são analisados em contraposição ao corpo libidinal, objeto de investigação da psicanálise.
A pesquisa busca entender as diferenças entre o ato agressivo, violento, delinqüente e anti-social, em uma perspectiva sócio-psicanalítica. Em um primeiro momento, recorrendo a Freud, traçam-se as diferenças entre agressividade e violência, conceito de certa forma difuso na obra freudiana. Winnicott é o autor privilegiado para entender a delinqüência e o ato anti-social, enquanto pedidos de ajuda por parte de crianças e adolescentes. Buscando uma articulação entre o ato violento e as práticas culturais existentes, a pesquisa faz uma leitura da violência enquanto inscrita na cultura, tomando como eixo das discussões a sociedade brasileira contemporânea, bem como as origens que norteiam seu imaginário social. A violência e delinquência dos jovens de diferentes classes sociais são analisadas tomando como referência, além das relações familiares os dispositivos legais que atuam de forma distinta de acordo com a classe social. |